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Jose Sérgio de Oliveira Machado trocou empresas pela vida pública, mas hoje tem TV

Ex-dono da fábrica de jeans Vilejack e de um colégio, o presidente da Transpetro, Jose Sérgio de Oliveria Machado, era o presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC) pouco antes de entrar para a política, em 1986, e passar as empresas para os filhos. “Eu me desliguei de tudo. A política é uma amante exclusivista.” Nem tanto. Como muitos políticos, possui meios de comunicação. É dono da TV Jangadeiro (Rede SBT), de Fortaleza, e da Rádio Educativa FM, de Crateús (CE).

Filho de Expedito Machado da Ponte, ministro da Viação e Obras Públicas de João Goulart na ocasião do golpe militar de 1964, Machado tinha 16 anos quando acompanhou o pai no exílio, na França. “Aprendi que o poder é transitório”, diz.Voltou ao país e cursou Administração na Fundação Getúlio Vargas, no Rio, e se lembra de ter participado do movimento estudantil e da passeata dos 100 mil, em 1968.

Sérgio Machado (sem capacete), ao lado do presidente Lula e do governador do Rio, Sérgio Cabral, colega de PMDB, em visita ao Terminal de Regaseificação de GNL no Rio

O grupo do CIC tinha Tasso Jereissati como protagonista e entrou para a política com um discurso moderno, em contraste com a política existente dos coronéis do Estado. Machado virou secretário de governo no primeiro mandato de Tasso, mas acabou se afastando quando Ciro Gomes ocupou espaço no partido, escolhido para ser candidato ao governo do Ceará. Machado continuou no PSDB e se elegeu deputado federal em 1990. Quatro anos depois disputou e ganhou a eleição para o Senado, onde foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso. Acabou saindo do partido em 2001.

O trabalho excessivo não o incomoda. Machado esbanja empolgação e despeja dados, como o percentual do Brasil da água doce no mundo, o número de hectares de pastagem do país e frases prontas como “entre países não há amizade, só interesses”, “a preparação encontra a oportunidade”, “quem quer crescer não pode ser a única árvore na floresta” e “o herói não é por coragem, mas por falta de alternativa”.

O presidente da Transpetro vibra porque diz se sentir fazendo algo que parecia impossível, no “século de sorte do Brasil e da Petrobras”. Pede a um assessor para exibir ao iG um DVD com falas de trabalhadores do EAS em vídeo apresentado no lançamento do navio João Cândido, o primeiro encomendado a ser batizado, em maio.

“Chorou todo mundo. Não foi fácil chegar aqui. É o que me emociona, saber que estamos transformando vidas, gerar oportunidades. Esse é o oxigênio que me alimenta. Não se pode perder o sonho, o brilho nos olhos não tem preço. Hoje a Transpetro contribui para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou ele, que tem uma escultura de Dom Quixote, um prêmio, exposto no gabinete.

De político a técnico

Estaleiro Atlântico Sul, no porto de Suape (PE), constrói sua primeira embarcação: um navio tanque Suezmax encomendado pela Transpetro

Quando começou na Transpetro, para conhecer do negócio, Sérgio Machado viajou o mundo visitando estaleiros, principalmente na Ásia, e compensava desconhecimento com empenho. Ele é descrito pelos funcionários como “workaholic”. Chega a iniciar reuniões às 22 horas. Dorme cinco horas por noite.

“Raramente saio da Transpetro antes das 23 horas. Como faço com paixão, são três expedientes: um para dentro (a ‘lojinha’), um para fora, e um terceiro dedicado à visão estratégica”, disse ao iG. No fim da tarde em que o encontrou, Machado estava almoçando às 18h35, após passar parte do dia em evento da Petrobras.

Segundo apurou o iG, os vencimentos do presidente e dos quatro diretores da Transpetro são de cerca de R$ 38 mil. O Sindicato dos Petroleiros moveu há três anos ação na Justiça pedindo que o sistema Petrobras informasse salários dos diretores e os critérios de distribuição de participação de lucros, sem sucesso. Sérgio Machado e a assessoria de imprensa informaram que o estatuto da Petrobras “proíbe a divulgação de salários”. O presidente e diretores têm direito a carro e motorista. “Mas não temos cartão corporativo”, ressalvou Machado.

Em janeiro, Machado foi capa da revista britânica “Fairplay”, sob o título “Realidade Virtual”. Em junho, ele apareceu na lista dos 100 mais poderosos da indústria de navios, do jornal especializado Trade Winds. É o 65º, só atrás no Brasil do presidente da Vale, Roger Agnelli, 36º, e 16 posições à frente de Eike Batista. “Era o dia perfeito para pedir aumento”, brincou um assessor.

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